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IT Lean anuncia convênio de cooperação com unidade de sistemas digitais da FDTE para acelerar inovação com propósito

IT Lean anuncia convênio de cooperação com unidade de sistemas digitais da FDTE para acelerar inovação

Acordo une operações para integrar tecnologia e educação com foco em impacto social e expansão global

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8:01 am - 06 de novembro de 2025
Rafael Gonçalves, diretor da FDTE e responsável pela DSD, e Bira Padilha, fundador e CEO da IT Lean. Foto: Divulgação

Quando uma empresa de tecnologia e uma fundação acadêmica decidem unir forças, o resultado tende a ir além da lógica tradicional de mercado. Foi o que aconteceu com a IT Lean e a unidade de Desenvolvimento de Sistemas Digitais (DSD) da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE), instituição ligada à Universidade de São Paulo (USP). A DSD é a frente da fundação dedicada à criação de soluções de software e hardware e atua como um centro de competência em inovação tecnológica.

O movimento marca a união das operações, já que a FDTE é uma fundação sem fins lucrativos e o acordo é formalmente classificado como um convênio de cooperação técnica e operacional. Na prática, trata-se de uma integração completa de estruturas, equipes e propósitos. Os termos financeiros do acordo não foram divulgados.

Bira Padilha, fundador e CEO da IT Lean, conta que desde a fundação da empresa, que atua há 13 anos com projetos de transformação digital, rejeitou dezenas de propostas de fusão e aquisição nos últimos anos. “Nunca quis fazer esse movimento”, confidencia com exclusividade o IT Forum. “As conversas sempre giravam em torno de lucro e corte de custos, e isso não faz parte do nosso DNA. Quando conheci a FDTE e entendi que a Fundação coloca a formação das pessoas no centro, eu me apaixonei pela proposta. Estamos unindo educação e tecnologia para transformar o Brasil.”

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“Vamos operar juntos, com as mesmas políticas, estruturas e oportunidades, ampliando nossa missão de mostrar que é possível fazer uma empresa de software brasileira com padrão global, sem abrir mão do cuidado com as pessoas”, conta Rafael Gonçalves, diretor da FDTE e responsável pela DSD.

A integração nasceu de um ponto em comum: a crença de que tecnologia e educação caminham lado a lado. “Nos perguntávamos se desenvolvíamos software ou pessoas. Percebemos que não dá para separar as duas coisas”, diz Gonçalves. “Queríamos uma parceira que tivesse essa mesma bandeira.”

O convênio une cerca de 400 profissionais das duas instituições e deve alcançar 600 pessoas até o final de 2026, com meta de R$ 100 milhões de faturamento no próximo ano. A previsão é de que, até 2027, o grupo atinja mil colaboradores e R$ 200 milhões em receita anual, com presença internacional consolidada.

Padilha segue à frente da operação executiva, com a mesma essência empreendedora. “Permaneço decidindo, liderando e mantendo nosso jeito de fazer. A diferença é que agora fazemos isso com uma estrutura mais robusta, mais acesso e uma missão ampliada.”

Expansão, IA e novos mercados

A DSD agrega um histórico de peso em sistemas financeiros e de saúde, áreas que se tornam agora verticais estratégicas para a nova empresa. A unidade foi responsável por participar da arquitetura de projetos que marcaram a história da digitalização bancária no País, como o sistema de TED e os boletos registrados, que abriram caminho para o Pix.

“Essas duas verticais (saúde e finanças) continuarão sendo prioridade”, diz Gonçalves. “São setores em crescimento constante e com muito espaço para soluções de dados e automação”, completa.

Do lado da IT Lean, a empresa soma força com sua base em varejo e saúde, atendendo grandes clientes nesses mercados. O foco agora é construir produtos e serviços com maior grau de automação e inteligência artificial (IA) aplicada.

“O grande tema de hoje é automatização com IA”, diz Padilha. “Não se trata de reduzir pessoas, mas de fazer mais com o mesmo contingente. Usamos IA desde a captura de requisitos até o desenvolvimento final. Nosso modelo de squads é medido por sucesso, o cliente só paga quando entende que o resultado foi entregue.”

Com a estrutura da FDTE, a operação também ganha musculatura internacional. A fundação já atua com projetos nos Estados Unidos, Europa e Singapura, e vê espaço para levar soluções brasileiras para novos mercados. “Temos conhecimento em finanças e saúde digital, e muitos países da América do Sul estão buscando replicar modelos que o Brasil desenvolveu com sucesso”, reforça Gonçalves.

Impacto social como motor de crescimento

O aspecto social é um dos pilares mais fortes da nova operação. Desde 2019, a IT Lean mantém o programa IT Lindos, que forma jovens de comunidades em tecnologia. Os participantes, muitas vezes vindos de situações de vulnerabilidade, são contratados desde o primeiro dia, com salário e benefícios, e passam seis meses em formação para se tornarem desenvolvedores júnior.

“Esses talentos passam a ter emprego formal e a acreditar que podem ir muito além. Com a FDTE, vamos ampliar o programa e formar dezenas de novas turmas por ano.”

A fundação, por sua vez, mantém iniciativas como o Sun Rainbow, um programa que estimula o empreendedorismo tecnológico em comunidades vizinhas à USP, criando pequenas fábricas de brinquedos e alimentos com apoio acadêmico.

“É uma atuação complementar à da IT Lean”, assina Gonçalves. “Enquanto o Bira foca em inclusão tecnológica, nós trabalhamos com empreendedorismo local. Agora, vamos somar esforços.”

Além disso, o Instituto Bira Padilha, ONG fundada há cinco anos, atende cerca de 4 mil pessoas por mês, com doações de alimentos, kits de higiene e ações de combate à pobreza menstrual. “Um por cento do faturamento da IT Lean vai direto para o Instituto”, lembra Bira. “Nossos clientes sabem que, ao contratar nossos serviços, também estão ajudando a transformar vidas.”

Expectativas

Mais do que sinergia operacional, o convênio entre IT Lean e FDTE é um projeto de longo prazo. “Queremos provar que existe um modelo de empresa de tecnologia que dá certo, que é sustentável, forma pessoas e gera impacto real”, pontua Gonçalves.

Padilha projeta um horizonte audacioso. “Queremos fomentar um ecossistema que forme talentos, reduza desigualdade e torne a tecnologia mais acessível. Além de mostrar que é possível unir periferia, universidade e corporações num mesmo propósito”, encerra ele.

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Déborah Oliveira

Diretora de Marketing e Conteúdo da Itaqui e editora-chefe do IT Forum, Déborah Oliveira é jornalista com mais de 17 anos de experiência na área de TI. Atuou nas redações da Computerworld, CIO e IDG Now!. É bacharel em Jornalismo, com graduação executiva em Marketing e MBA em Marketing. Em 2018, venceu o prêmio de melhor Jornalista de TI no Brasil, concedido pelo Cecom. Nos anos de 2019 e 2020, foi destaque no mesmo prêmio na categoria Telecom. É uma das autoras do livro “Da Informática à Tecnologia da Informação – Jornalistas Contam Suas Histórias”, publicado pela Reality Books em 2020.

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